Ah, eu adoro te ler. E a minha experiência do Substack tem sido a que mais se aproximou do Google Reader… não é o mesmo, mas acho delicioso ver o que cada um lê, os comentários… dá pro gasto!
Eu vim pro Substack só por causa da função newsletter. Antes eu usava o mailchimp, mas é pago, e com a alta do dólar ficou insustentável pra manter uma coisa que não me dá lucro, né.
Não tenho muita esperança com o Substack, não. Ele já tem umas coisas de querer empurrar todo mundo para o esquema de newsletter paga, que é a proposta real deles e de onde pretendem tirar o lucro. Acho em pouco tempo vão começar a sacanear quem não quiser cobrar dos leitores.
Você é uma das pessoas mais sábias destes cantos da internet. Teu texto me lembrou por que ainda curto o twitter. Em algum lugar do passado eu tive um blog e eu tinha lá uns oito ou dez leitores fiéis e de longe foi a experiência mais legal que eu já tive na internet. Em algum momento até cheguei a acreditar que tinha algum talento (risos). O blog me rendeu um termino de namoro, uns flertes, alguns amigos (com quem me relaciono até hoje) e alguns histórias pra contar. Saudades da internet ARTE, a internet JOGA BONITO.
Porra, isso foi muito bom e muito importante, nossa!! Se você um dia traduzir pro Inglês, não deixe de falar, por favor, porque eu preciso mostrar pra um mulão de gente.
Amava a era dos blogs, foi uma época importante pra eu desenvolver meus gostos e acompanhar gente legal, que fazia textos na base do artesanato, pra ser lido mas não pra ser influencer. Hoje em dia estou seguindo qualquer newsletter que der sopa por aí, na esperança de que um pouco dessas vibes voltem a circular na internet.
Mais do que os algoritmos, sabe quem conhece o que a gente gosta sem pestanejar? Os autores/blogs/newsletters escolhidos por nos mesmos :)
Continuo te seguindo e curtindo o que você escreve, querendo recomeçar a escrever mas sem saber onde pousar nessa internet cheia de "influencers". Também faço parte dos viuvos do RSS. Uma época tive o Old Reader e o Feedly mas nunca mais volteu à sério. Alias, alguma sugestão do mais parecido com o RSS às antigas ?
Teoricamente o mais parecido é o Old Reader, mas o Feedly é o que funciona melhor. Só que o Feedly também é o mais ganancioso, então, difícil. Eu uso o Old Reader para newsletters, canais de YouTube e perfis específicos de redes sociais e o Feedly para todo o resto.
Que saudade do tempo de ligar o PC de mesa e abrir o Google Reader para ler só o que me interessava. E também de desligar o computador e deixar a internet ali, longe de mim.
Enfim, a tragédia. Nós, órfãos do Google Reader, jamais nos habituaremos a ter tudo selecionado por algoritmos. Nem ao Twitter eu me habituei. Gosto de textos longos, textos assim como os que você escreve, que se acham e se perdem e no meio soltam umas graças pra gente rir enquanto se chateia. 💜
Acho que a newsletter tem substituído um pouco isso, porque pelo menos ainda existe um espaço, ainda que pequeno, para lermos um conteúdo que voluntariamente selecionamos.
Mas sem o twitter acho que não teria conseguido encontrar metade delas para assinar.
Elas substituem de um jeito muito precário. Primeiro que é chato isso de ficar chegando no e-mail da gente, misturado com coisas de trabalho etc. Eu mesma não gosto. Segundo que existe um pesadelo chamado "newsletter deliverability". Basicamente, pra fazer uma newsletter chegar direitinho para todo mundo que assina é preciso investir um tempo e um dinheiro consideráveis nessa brincadeira.
Cara, fantástico! Eu assino a sua newsletter, mas a maioria das vezes que leio algum texto seu é porque pipoca no meu feed do twitter. E a sensação é TÃO mais legal do que quando vem por e-mail........ é quase como a sensação de quando uma música que você gosta toca na rádio. Mesmo que você tenha acesso a ela a qualquer momento do dia (ainda mais nos dias de hoje).
Uma dúvida: por que você acha que o medium não vingou? E qual a sua opinião em relação a ele? Eu vejo poucas vezes o medium sendo considerado nesse tipo de discussão, quase como se ele não estivesse no mesmo grau de relevância para comparação. Me parece a plataforma mais user friendly para textos (leitura e edição). Tem recurso de feed, de seguir pessoas que você gosta. Tá tudo lá. O problema pra mim tá nos aspecto rede social, mas nos dias de hoje é difícil mesmo conseguir fugir de algoritmos em plataformas massificadas.
Refletindo um pouco parece um problema mercadológico. A internet raiz dos blogs foi muito boa porque aconteceu em um período experimental. Não existia monetização da esmagadora maioria dos blogs, então as ferramentas desenvolvidas tinham o foco principal na experiência do usuário. Era tudo muito novo e as pessoas tinham saco e energia para aprenderem como funcionava e como se relacionar com tudo aquilo. Comparado às outras opções de entretenimento à época, parecia algo muito interessante e inovador. Hoje em dia a maior parte do dinheiro de publicidade saiu de tv, jornal e revista e tá na internet. Então é muito difícil pensar em qualquer plataforma massificada que não seja dirigida a anúncios, que invariavelmente dependem dos algoritmos em cima do conteúdo que ela oferece. Se não for massificada, volta pro problema original do baixo número de leitores. Sem contar que a disposição de atenção das pessoas para qualquer coisa que não seja algo que elas estão acostumadas a mexer (e entregar seus estímulos periódicos) é baixíssima. A alternativa seria uma plataforma financiada pelos próprios usuários, mas nós temos o (péssimo) hábito de virar o nariz para qualquer coisa paga na internet.
Juliana, que saudades da internet raiz dos blogs, de comentar, de conhecer gente. Hoje tá tudo tão volátil e algoritmizado que chega a dar preguiça. Voltei ao tt para organizar leituras interessantes, mas já não é a mesma coisa de 7 anos atrás.
Adorei seu texto. Pra mim, que nasci nos anos 2000, a sensação é a de, por um lado, não poder ter aproveitado o suficiente da internet arte. Por outro, o alívio de ter sido a última das gerações a não ter a infância exposta aos algoritmos horrorosos das redes de hoje.
Ah, eu adoro te ler. E a minha experiência do Substack tem sido a que mais se aproximou do Google Reader… não é o mesmo, mas acho delicioso ver o que cada um lê, os comentários… dá pro gasto!
Eu vim pro Substack só por causa da função newsletter. Antes eu usava o mailchimp, mas é pago, e com a alta do dólar ficou insustentável pra manter uma coisa que não me dá lucro, né.
Não tenho muita esperança com o Substack, não. Ele já tem umas coisas de querer empurrar todo mundo para o esquema de newsletter paga, que é a proposta real deles e de onde pretendem tirar o lucro. Acho em pouco tempo vão começar a sacanear quem não quiser cobrar dos leitores.
Espero que não, Juliana! O modelo freemium só funciona pra valer se o serviço free for bom, não?
Sei não... Acho que em algum momento eles devem reduzir o email deliverability dos usuários que não têm versão paga...
Esperamos que não! 🙏🏻🙏🏻
Você é uma das pessoas mais sábias destes cantos da internet. Teu texto me lembrou por que ainda curto o twitter. Em algum lugar do passado eu tive um blog e eu tinha lá uns oito ou dez leitores fiéis e de longe foi a experiência mais legal que eu já tive na internet. Em algum momento até cheguei a acreditar que tinha algum talento (risos). O blog me rendeu um termino de namoro, uns flertes, alguns amigos (com quem me relaciono até hoje) e alguns histórias pra contar. Saudades da internet ARTE, a internet JOGA BONITO.
OBRIGADAAANNNN!!!
Porra, isso foi muito bom e muito importante, nossa!! Se você um dia traduzir pro Inglês, não deixe de falar, por favor, porque eu preciso mostrar pra um mulão de gente.
Esse texto me deu gatilho, pois saudades do Google Reader e de tudo que não vivemos juntos.
que saudade do reader e do ritual de todo dia passar a limpa por ele... até hoje acompanho pessoas que conheci nessa época de blogosfera
Passando só pra dizer que te leio há mais de 10 anos e amo a newsletter, me sinto de volta aos áureos tempos do Google Reader #saudades
Amava a era dos blogs, foi uma época importante pra eu desenvolver meus gostos e acompanhar gente legal, que fazia textos na base do artesanato, pra ser lido mas não pra ser influencer. Hoje em dia estou seguindo qualquer newsletter que der sopa por aí, na esperança de que um pouco dessas vibes voltem a circular na internet.
Mais do que os algoritmos, sabe quem conhece o que a gente gosta sem pestanejar? Os autores/blogs/newsletters escolhidos por nos mesmos :)
Continuo te seguindo e curtindo o que você escreve, querendo recomeçar a escrever mas sem saber onde pousar nessa internet cheia de "influencers". Também faço parte dos viuvos do RSS. Uma época tive o Old Reader e o Feedly mas nunca mais volteu à sério. Alias, alguma sugestão do mais parecido com o RSS às antigas ?
Teoricamente o mais parecido é o Old Reader, mas o Feedly é o que funciona melhor. Só que o Feedly também é o mais ganancioso, então, difícil. Eu uso o Old Reader para newsletters, canais de YouTube e perfis específicos de redes sociais e o Feedly para todo o resto.
Que saudade do tempo de ligar o PC de mesa e abrir o Google Reader para ler só o que me interessava. E também de desligar o computador e deixar a internet ali, longe de mim.
Enfim, a tragédia. Nós, órfãos do Google Reader, jamais nos habituaremos a ter tudo selecionado por algoritmos. Nem ao Twitter eu me habituei. Gosto de textos longos, textos assim como os que você escreve, que se acham e se perdem e no meio soltam umas graças pra gente rir enquanto se chateia. 💜
Minha esperança é q a morte do twitter traga outra coisa q funcione para quem quer escrever e ser lido tão bem qto ele funcionou...
Acho que a newsletter tem substituído um pouco isso, porque pelo menos ainda existe um espaço, ainda que pequeno, para lermos um conteúdo que voluntariamente selecionamos.
Mas sem o twitter acho que não teria conseguido encontrar metade delas para assinar.
Elas substituem de um jeito muito precário. Primeiro que é chato isso de ficar chegando no e-mail da gente, misturado com coisas de trabalho etc. Eu mesma não gosto. Segundo que existe um pesadelo chamado "newsletter deliverability". Basicamente, pra fazer uma newsletter chegar direitinho para todo mundo que assina é preciso investir um tempo e um dinheiro consideráveis nessa brincadeira.
Cara, fantástico! Eu assino a sua newsletter, mas a maioria das vezes que leio algum texto seu é porque pipoca no meu feed do twitter. E a sensação é TÃO mais legal do que quando vem por e-mail........ é quase como a sensação de quando uma música que você gosta toca na rádio. Mesmo que você tenha acesso a ela a qualquer momento do dia (ainda mais nos dias de hoje).
Uma dúvida: por que você acha que o medium não vingou? E qual a sua opinião em relação a ele? Eu vejo poucas vezes o medium sendo considerado nesse tipo de discussão, quase como se ele não estivesse no mesmo grau de relevância para comparação. Me parece a plataforma mais user friendly para textos (leitura e edição). Tem recurso de feed, de seguir pessoas que você gosta. Tá tudo lá. O problema pra mim tá nos aspecto rede social, mas nos dias de hoje é difícil mesmo conseguir fugir de algoritmos em plataformas massificadas.
Refletindo um pouco parece um problema mercadológico. A internet raiz dos blogs foi muito boa porque aconteceu em um período experimental. Não existia monetização da esmagadora maioria dos blogs, então as ferramentas desenvolvidas tinham o foco principal na experiência do usuário. Era tudo muito novo e as pessoas tinham saco e energia para aprenderem como funcionava e como se relacionar com tudo aquilo. Comparado às outras opções de entretenimento à época, parecia algo muito interessante e inovador. Hoje em dia a maior parte do dinheiro de publicidade saiu de tv, jornal e revista e tá na internet. Então é muito difícil pensar em qualquer plataforma massificada que não seja dirigida a anúncios, que invariavelmente dependem dos algoritmos em cima do conteúdo que ela oferece. Se não for massificada, volta pro problema original do baixo número de leitores. Sem contar que a disposição de atenção das pessoas para qualquer coisa que não seja algo que elas estão acostumadas a mexer (e entregar seus estímulos periódicos) é baixíssima. A alternativa seria uma plataforma financiada pelos próprios usuários, mas nós temos o (péssimo) hábito de virar o nariz para qualquer coisa paga na internet.
Juliana, que saudades da internet raiz dos blogs, de comentar, de conhecer gente. Hoje tá tudo tão volátil e algoritmizado que chega a dar preguiça. Voltei ao tt para organizar leituras interessantes, mas já não é a mesma coisa de 7 anos atrás.
Em que rede vamos nos ler?
<3
sim é isso mesmo vc disse tudo mt obg (vou copiar sua estratégia de colar textos na porta de banheiros públicos tudo bem??)
Mas é claro. Eu tinha um fanzine assim. O nome era Filosofia Privada.
Adorei seu texto. Pra mim, que nasci nos anos 2000, a sensação é a de, por um lado, não poder ter aproveitado o suficiente da internet arte. Por outro, o alívio de ter sido a última das gerações a não ter a infância exposta aos algoritmos horrorosos das redes de hoje.